Grenal
1º) Me deu medo ir na geral do Inter. O que pode confirmar a tese de que a torcida do Inter é mais maloqueira que a do Grêmio. 2º) Um bêbado torto, que mijava na minha frente no muro da geral, quis tocar numa camiseta alheia (o cara tava louco demás) e sem querer deu um tapa na cara de um gordinho, que também já tava embalado. O Gordinho indignado ficou gritando "ô meu...bater na cara meu... qual é meu". Nisso todo mundo tentando separar os dois, querendo convencer o fofinho que o cara tava doidão e tal. Uma hora o louquinho falou "mas ô meu...eu apanho na cara da minha vó!" Quando todo mundo desistiu de tentar separar os dois, e deixar a briga seguir, o gordinho vai lá e dá um beijo na buchecha do outro cara e tudo acaba na ternura. 3º) Lavei a alma de tanto falar palavrão, desde "cú no arame farpado" até "pau pequeno..tu só é grandão aí em cima". Uns caras ficaram plantados no alambrado atrapalhando a visão de todo mundo. Também joguei muitas caixinhas de suco e alguns paus de bandeira neles. Antes disso, tentei falar com a brigada e com os seguranças pra fazer os caras descerem. O Lique também foi reclamar e disseram pra ele que a brigada só agiria se ocorresse alguma coisa. O Lique disse "e se eles caem em cima de uma criança?" O brigadiano responde: "aí a gente vê o que faz". Nossa polícia. 4º) A cena mais trash. Eu, Vavo e Lique, indo embora do estádio, e num instante de imbecilidade, sem pensar muito, a gente achou que era melhor pegar um bus até a casa do Lique e depois pegar o carro, do que ir a pé até a minha casa, como a gente SEMPRE faz. O cobrador imbecil (que pra mim foi o culpado de tudo) disse que não era colorado (o bus era só de colorados) e que o ouvido dele não era pinico (fica quieto, seu imbecil!!!). Começaram a xingar muito o cara, e a bater no teto...não deu um minuto e pedras começam a atingir o bus. Isso foi muito rápido, todo mundo se abaixou e nos minutos seguintes, o bus parado, mais pedras, um cara cortado, crianças desesperadas, a gente sem saber se descia e era espancado no meio da vila, ou se esperava dentro daquele alvo gigante. Comecei a ficar muito apavorida, não sei qt tempo tudo durou, o Lique abraçado em cima de mim, eu abraçando uma guriazinha desesperada, eu achando que iam tocar algo com fogo pra dentro do bus e todos viraríamos churrasquinho (o que o Lique na hora, afirmou ser improvável), o Vavo querendo descer, a gente dizendo que não, o motorista que não abria a porta mas não andava com o carro... No fim, a gente desceu na perimetral (só nós três e acho que era perimetral) e por sorte tinha um ponto de táxi na frente. Casa. Tudo meio estático. Um medo constante. Perdeu a diversão. Uma das cenas que ficou na minha cabeça é que quando o ônibus tava parado, logo depois das pedras, eu levantei, todo mundo apavorado, e uma gorda gremista pulando e gritando sem parar do lado de fora. Tinha mais gremistas, mas ela marcou. As pessoas são muito sem noção mesmo. Não sei o que dizer. Todo mundo enjaulado e a gordinha implicando. Nenhuma polícia no caminho. Um cobrador imbecil. Passageiros que conheciam tudo. Alguns sabiam quem tinha feito aquilo, fulano e ciclano, sabiam que não adiantava ir na DP xy pq lá não tinha ninguém, etc. Mas ao mesmo tempo, mesmo pros que conheciam a situação, dava pra sacar que aquilo não era algo comum, que de uma forma ou de outra as pessoas estavam preocupadas ou desesperadas e que ninguém tinha certeza de que tudo ia acabar bem. Mesmo os acostumados. Não sei o que faz alguém querer quebrar os vidros de um ônibus cheio de gente. Depois o Lique disse que não sabia se as pessoas que tocaram as pedras realmente queriam machucar, ou se queriam só barulho. De qqr forma, depois que os vidros estavam todos quebrados, ninguém mais tocou nada. No meio da confusão, eu pensei com meus botões "imagina como deve ser numa guerra" heheh...pensar isso naquele momento. Tou pensando se ligo pra Carris e digo que da próxima vez coloquem um cobrador mais bem preparado. Perdeu um pouco a graça ir no estádio.
Lisi Lane @
4/10/2006 10:28:00 AM :: comente:
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