a doce palavra chamada férias
Esse texto será escrito em letras menores do que os anteriores, pois as letras grandes parecem carregar um quê de pedância.
Maçã e clique pra ver pq o computador sublinha a palavra pedância. E de novo sublinhou.
Semana corrida que antecede as férias. Além de deixar tudo prontinho, zerado e adiantado no trabalho, ainda rola um esforço extra para uma viagem que envolve água e um universo desconhecido: depilação, mão, pé e remédios do tratamento da rinite/sinusite que não podem ousar acabar no meio do mato. Todos esses detalhes somados a uma mega festa de empresa de final de ano, que requer a complicada maquiagem de salão, resultam numa semana em que tive que pregar uma agenda detalhada no mural pra não me perder nos compromissos. E ainda tem a Dona Letícia, que não sabe quando vai ou quando fica, e que está sendo encaixada nessa agenda de uma pessoa que se deu conta que foi um pouco inconveniente tirar férias nessa época.
Essa semana vi "Viagem a Darjeeling" e apesar da distante Manaus estar dentro do Brasil e aquele medo de se estar num exterior de língua incompreensível, hábitos estranhos e uma sensação a la babel, de que será difícil voltar para casa, onde nenhum lugar nem se quer se aproxima da sensação proporcionada pelo lar, parece que e a semelhança pode se apresentar. Aliás, se eu tivesse que fazer um filme sobre a Índia, se fosse assim, forçada e obrigada a filmar, faria igualzinho ao Wes Anderson. Desgraçado, se ele visse as coisas que eu achei que descreviam com fidelidade a Índia, provavelmente riria da minha cara e diria que eu caí em todos os clichês forçados por ele. Mas a respirada que um dos irmãos dá no aeroporto, dizendo que nunca mais iria esquecer os cheiros da Índia, é muito fiel. Sim, todos sentem os mil cheiros de tempero que estão por tudo, mas é assim que é. E as placas indicando modelos ocidentais de banheiro, as letras coloridas em hindu indicando coisas que não entendemos, as crianças bonitas e os adultos feios e as bizarrices dos templos, me fizeram achar tudo muito fiel. Uma viagem sem enjôos.
No exercício infantil de tentar imaginar como será Manaus, eu chutaria que será quente, com uma umidade de 50%. Ops, isso é geográfico e é assim mesmo. Imagino pessoas bem diferentes das do sul, construções com pouco investimento, pouquíssimos shoppings, mulheres de batom vermelho e muito cotton grudado no corpinho redondo, coisas caras, um pouco de exploração com estrangeiros, mato fechado bem perto da cidade, estradas com florestas gigantes ao redor, pouco descampado, cheiro de peixe e frutas quase apodrecendo, carros mal cuidados, pessoas andando com vidros abertos, cobras, jacarés, macacos, piranhas, banhos quentes de cachoeira. Dentro de alguns dias faço a prova real.
Quando estou sozinha, a casa sempre faz barulhos. A minha barriga também está fazendo muitos barulhos, mas acho que não é pq ela está sozinha.
Lisi Lane @
11/28/2007 01:23:00 AM :: comente:
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