da série notícias que me encantam
"As mulheres e suas crianças fugiram para a floresta em busca de proteção, enquanto os guerreiros da tribo se posicionaram e reagiram atirando flechas no avião."
Saiu na mídia recentemente a história do sertanista e coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental mantida pela Funai no Rio Envira, José Carlos dos Reis Meirelles Júnior, que realizou sobrevoos na fronteira do Acre com o Perú. Num desses voos ele encontrou uma população de índios isolados. Colo algumas fotos e pedaços de reportagens da internet. Pra mim isso é fantástico pq uma notícia dessas no dia de hoje é praticamente inacreditável.
"Ninguém ousa fazer estimativa da população de “índios invisíveis”, como eram chamados até a publicação de suas fotos. Nas últimas duas décadas, freqüentes conflitos seguidos de mortes envolveram os grupos isolados, regionalmente conhecidos como “brabos”, e os povos kaxinawa, ashaninka, kulina, manchineri e os seringueiros que ocuparam seus territórios. Os “brabos” roubam ferramentas, alimentos, roupas e espingardas de casas dos seringais situados na fronteira há mais de um século. Os conflitos com os kaxinawa, ashaninka e seringueiros têm resultado em mortos e feridos. Em mais de uma década sucessivas equipes têm procurado conscientizar os índios da etnia shaninka a evitar as cabeceiras do Rio Envira. ""As mulheres índias do grupo de isolados que foi fotografado usam saiote de algodão. Os homens usam uma cinta de algodão na qual amarram o pênis. Raspam o cabelo até a metade da cabeça, mas a cabeleira se estende até o meio das costas. Usam tiaras e aparecem pintados de urucum (vermelho). Chama a atenção o fato de que alguns poucos aparecem pintados de jenipapo, isto é, com os corpos pretos, mas sem arco e flecha."
"No verão amazônico de 2004, ao sair de sua casa para pescar, Meirelles foi alvejado com uma flecha, que entrou no lado esquerdo do rosto e saiu na nuca. No final da década de 80, numa circunstância descrita como “dramática”, o sertanista viu-se obrigado a matar um índigena que tentara atingir o sogro dele. Obs minha: Quem leva o sogro pro meio do mato numa situação dessas?" Mais informações aqui: http://www.noticiasdaamazonia.com.br
Essa história toda lembrou a saga do Pedro Martinelli, que também fazia essas aventuras, só que nos anos 70. Hoje ele tem mais de 50 anos e pegou malária 10 vezes. Assisti uma palestra com ele e ele contou que os índios miravam seus arcos e atiravam flechas no avião, assim como na situação do Meirelles. Ele fotografou isso, mas a única cópia que consegui na internet é meio precária.
"Pedro Martinelli faz a primeira foto de um índio Kranhacãrore. “Ele ficou apenas dois segundos na minha frente”, diz Pedro. O filme caiu no rio, mas o jornal O Globo conseguiu recuperar o negativo e publicar a foto na primeira página. Vinte e cinco anos depois, Martinelli voltou à aldeia e encontrou uma cidade fantasma. “Nesse ritmo, a Amazônia acabará em 30 anos.”
Aqui embaixo a foto do índio
e da aldeia, ontem e hoje.
mais: www.pedromartinelli.com.br
Lisi Lane @
5/29/2008 05:26:00 PM :: comente:
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